Cinema, Capoeira e Samba

Cinema, Capoeira e Samba

Um pouco mais sobre o projeto "Cinema Capoeira e Samba"


CECA : CENTRO DE ESTUDOS DE CINEMA, CULTURA E CAPOEIRA ANGOLA



O Projeto Capoeira, Cinema e Samba teve início de suas atividades no dia 19 de Agosto de 2008 e tem como sua raiz o CECA AJPP – Centro Esportivo de Capoeira Angola João Pequeno de Pastinha, que situa-se no Forte Santo Antônio Além do Carmo, hoje mais conhecido como Forte da Capoeira. O espaço é exclusivo para capoeira angola e o grupo tem como objetivo formar o capoeirista também do ponto de vista sócio-cultural de modo geral.

A idéia do CECA nasceu como forma de valorizar a cultura afro-brasileira através da exibição de filmes com essa temática e de uma roda de samba tradicional. O primeiro filme exibido foi “Memórias do Recôncavo: Besouro e outros capoeiras”, do cineasta e pesquisador de cultura popular Pedro Abib, aluno do Mestre João Pequeno. Logo em seguida ocorreu uma roda de samba com o grupo de Samba Botequim. No dia seguinte, aconteceu a tradicional roda de capoeira angola no CECA e posteriormente a apresentação da orquestra de berimbau com o Projeto: Pequenos de João, cuja sede se situa na casa do mestre João Pequeno em Fazenda Coutos.

A partir daí surgiu a idéia de toda a última sexta-feira de cada mês fazer a exibição de filmes culturais com foco na capoeira, samba e cultura popular em geral como por exemplo: os filmes “Jubiabá” e “Tenda dos Milagres” de Nelson Pereira dos Santos, “Barravento” de Glauber Rocha, “O Pagador de Promessas” de Anselmo Duarte, entre outros clássicos do cinema brasileiro. Após a exibição dos filmes é distribuído aos convidados o mungunzá, comida típica africana.

Nesses filmes que são exibidos encontram-se assuntos para serem debatidos, daí a idéia de não limitar-se somente a roda de capoeira e sim preparar os capoeiristas para a roda da vida. Todos aqueles que tiverem interesse em participar do projeto a entrada é gratuita e acontece sempre toda a última sexta-feira de cada mês.

A roda de samba tradicional comandada pelo Grupo Botequim tem como objetivo valorizar esse gênero da música brasileira que é um dos símbolos de nossa identidade, através dos clássicos do nosso samba que são cantados por todos os presentes, que participam com muita energia da roda, sambando e até improvisando alguns versos.

De um Professor de capoeira angola, capoeirista, estudante de cultura afro-brasileira e um curioso do cinema brasileiro: Everaldo Ferreira dos Santos (Prof. Zoinho)

Email: ajppastinha@hotmail.com Blog: cecajpp.blogspot.com Tels: (71) 8746-6141 / 8115-9235 / 3323-0708




Confira nosso histórico de filmes exibidos desde 2008 e fique por dentro da programação do mês.







sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

SAMBA, SAMBISTAS E OUTRAS MUMUNHAS


     Como representação metafórica do samba no cinema e na sociedade brasileira, existem duas sequências exemplares. Numa chanchada da Cinédia dirigida por Luiz de Barros, Samba em Berlim - 1943, uma veterana porta-bandeira de Escola de Samba (negra) é substituída por outra mais jovem, a cantora Linda Batista (branca), homenageia a antecessora com uma canção de Herivelto Martins (branco). O tom solene de cerimônia, o olhar triste da negra e o aspecto triunfante da cantora - assim como a letra da música - fazem dessa cena admirável bem mais do que ela realmente mostra. Atualmente, torna-se impossível assisti-la sem ter em mente a excessiva comercialização dessas agremiações outrora comunitárias, assim como o seu"branqueamento", provocado pela infiltração da classe média e até de turistas estrangeiros. Em Rio Zona Norte - 1957, o humilde sambista Espírito da Luz (Grande Otelo), farto de vender parceria das suas composições, comparece à Rádio Nacional e aborda a grande intérprete Ângela Maria. Mostra seu samba, escrito num papelzinho meio amassado, que é imediatamente aceito e cantado divinamente. É um dos mais comoventes números musicais do cinema nacional, mostrando nas suas entrelinhas uma dura realidade, ainda hoje não completamente extinta:o amadorismo que cerca as atividades dos compositores populares e o star-system dos meios de comunicação, que adquirem uma nova leitura por ser o compositor negro e humilde e a grande cantora uma mulata clara, quase branca, num processo acelerado de assimilação pela sociedade dominante.   


 



Referencias: 

Texto retirado do livro "O Negro brasileiro e o Cinema" de João Carlos Rodrigues pag. 85 e 86.
Video retirado do site: http://www.youtube.com/watch?v=ofkOf_2Qn2E
Imagem retirada do site: www.historiadocinemabrasileiro.com.br/samba-em-berlim/




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